Sou negra como à noite!

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Embalou minha adolescência...

Adão Negro
Chá, chá lá lá lá lá lá
Chá lá lá lá lá lá lá lá
Chá lá lá lá lá lá lá
Apartheid disfarçado todo dia
Quando me olho não me vejo na TV
Quando me vejo estou sempre na cozinha
Ou na favela submissa ao poder
Já fui mucama mas agora sou "neguinha"
"Minha pretinha, nós gostamos de você"
Levante a saia, saia correndo pro quarto
Na madrugada patrãozinho quer te ver oioi
Chá lá lá lá lá lá
Chá lá lá lá lá lá lá lá
Chá lá lá lá lá lá lá
Será que um dia eu serei a patroa
Sonho que um dia isso possa acontecer
Ficar na sala não ir mais para a cozinha
Agora digo o que vejo na TV
Um som negro
Um Deus negro
Um Adão negro
Um negro no poder
Um som negro
Um deus negro
Um Adão negro
Um negro no poder
Likareggae


Já dancei muito esta música nos espaços de shows pela cidade e o que mais me lembro é de um evento em especial (Garagem Rock) no TCA que acontecia no inverno, eu dançando com meu irmão e turma alternativa de sandália de couro e vestido indiano. A banda Adão Negro levantou o público, mas o mais esperado foi o show do Planet Hemp, inesquecível!!!!!!  Éramos jovens, eu tinha 17 anos e a vida era encantada...  


Com Serginho do Adão Negro o reggae ainda me toca...

Com Edson Gomes maior prazer, é Bob Marley no mundo e ele aqui no Brasil e tudo começa com eles

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Desabafo de tristeza...



Assistindo ontem o Domingo Espetacular da TV Record, onde moradores de rua tiveram seus sonhos realizados e confesso que odeio vê isso na TV porque eu nunca ganho nada (despeito mesmo). Me sentir no ímpeto de transcrever também minha aflição para vê se alguém ou algo me ajuda!

Tenho andado muito triste e cabisbaixa há meses não saio de casa, nem coloco a cara na rua (sério mesmo) passo os meus dias deitada no sofá da sala assistindo televisão na torcida para meu telefone tocar e eu sair desse drama que assola minha porcaria de vida.  PRECISO DE UM EMPREGO!!!

Me encontro em uma situação muito sensível e difícil. Sensível porque a depressão anda me dando ideias mirabolantes, como por exemplo, tirar a minha própria "vida", pois não ando vivendo, só levando um dia atrás do outro sem esperança ou quando acho que sou uma covarde para tanto penso em colocar a mochila nas costas e virar verme de rua, sabe aquela comunidade que existia no Orkut? Se nada dê certo eu viro hippie? Pois bem, nada deu e acho que é essa a bendita solução, por certo  uma pessoa de quase 30 anos morar na casa dos seus pais desempregada é pior que receber um tiro fatal, porque este, tira logo o seu suplício e ficar ouvindo humilhações, cobranças e xingamentos é nos matar lentamente e com muita dor, uma tortura.

É difícil porque não sei mais o que fazer? Não me resta mais um vintém na carteira para sair batendo em porta em porta o que me resta é ficar mandando currículo e fazendo cadastro de procura de vagas pela internet é muito difícil mesmo você ter pós-graduação e ter que se candidatar a uma vaga de vendedora em uma loja de shopping é insuportavelmente constrangedor (choro muito) e ter que esconder essa informação é a afirmação do fracasso, porque não me deixariam nem participar da seleção com a desculpa que não ficaria no trabalho porque logo aparecia coisa melhor e eu sairia. Então cadê essa COISA MELHOR que nunca aparece? Nem eu e nem meu currículo é tão ruim assim para não conseguir um trabalho na área de comunicação! Me sinto bem prepara para assumir um bom posto e grandes responsabilidades e é isso que almejo, assumir responsabilidades.

Sinto uma consciência muito madura para desempenhar tal grande função acho que isso vem com a crise dos 30 de querer crescer profissionalmente, de querer ter destaque na profissão, de querer bater asas e voar...voar...Pra onde? O infinito seria o meu limite... Quero sair da casa dos meus pais, morar sozinha, saber me virar. Sinto que já não tenho mais uma longa vida pela frente, estou envelhecendo e quero experimentar coisas novas da maturidade, sensações diferentes como diz na música da cantora Sandy "...E eu já tenho quase 30 acabou a brincadeira e aumentou em mim a pressa de ser tudo o que eu queria e ter mais tempo pra me exercer...E há pouco tinha quase 20 tantos planos eu fazia e eu achava que em 10 anos viveria uma vida e não me faltaria tanto pra ver..."

Sei que posso angariar um bom posto em qualquer empresa, mas me falta uma oportunidade! Uma INDICAÇÃO! Porque sem este passaporte não passo na alfandega serei barrada o tempo todo. Aí mora um problema! Sou orgulhosa demais para ficar pedindo emprego para os meus conhecidos/amigos já tentei com alguns, mas quando sinto que desconversam não insisto no assunto, alguns já me ajudaram como pôde, outros depois que conseguiram um cargo melhor me esqueceram, mais tudo bem não se pode exigir amizade eterna de ninguém, acontece! E além eu não ando me socializando tanto, me enclausurei em casa, não ligo para ninguém e poucas vezes quando meu telefone toca não quero atender visto que sei que exatamente o que irão falar: - Nunca mais te vi, você sumiu! E aí já casou? Já está com filho? Esta trabalhando na sua área? E com essas mesmas perguntas fico envergonhada e desanimada de responder NÃO para todas, então prefiro me isolar.

As vezes penso em desistir de tudo, da vida e as vezes me sopra um tantinho de esperança que irá acontecer uma reviravolta em minha vida e tudo irá para o devido lugar, mais já estou cansada de esperar, vejo muitos amigos com a sua vida encaminhada, em bons empregos, comprando suas casas, constituindo família, progredindo, avançando e enquanto eu fico parada, indolente, sem rota e nem direção. Será que nadei tanto pra nada? Passo as noites em claro, ou melhor, no escuro, no silêncio da madrugada com meus pensamentos e digo em verdade que neste momento eu fico em paz, me sinto bem quando escuto o silêncio até pegar no sono, pois que surge a manhã e quando abro os olhos me ataca uma profunda tristeza ao lembrar que terei mais um dia de inércia igual ao anterior, este é o pior momento do dia, quando acordo do meu sono, que pelo menos nele eu estava em paz e penso que esta seria uma solução de estar feliz... um sono eterno...

...


sexta-feira, 6 de setembro de 2013

As Representações Sociais

Ao observar a sociedade podemos olhá-la pelo viés das representações. Tudo depende de um lugar, de onde está esse conhecimento, de onde vem, que saberes carrega e as relações que estabelece com o mundo que o cerca. O conteúdo do processo representacional está ligado a um tipo de conhecimento e só a relação intersubjetiva proporciona a compreensão das representações. Esse processo implica a existência e a relação entre um sujeito, um objeto e outros sujeitos. Se quisermos entender como isso funciona é preciso entender as relações entre esses elementos.
 
Segundo Jürgen Habermas (1989), o processo de representação passa por uma ação comunicativa que prevê um sujeito, um objeto, um contexto e um tempo histórico.
 
Considerando esse contexto, os saberes e os conhecimentos não têm propriedade individual, mas social, e as representações funcionam como processos, através dos quais o conhecimento é produzido e transformado.
 
As representações sociais nasceram da ideia original das representações coletivas de Durkheim – para quem a vida é feita de representações sociais – e ganharam forma definida em Serge Moscovici. Para ele, as questões sociais relacionam-se diretamente com a difusão das mensagens pelos veículos de comunicação, ligadas a um contingente de elementos que se processam no cotidiano por meio de teorias, ideologias, experiências e vivências.
 
As representações, do ponto de vista de Moscovici (2003, p.46), não devem ser olhadas como um conceito, mas como um fenômeno. "Devem ser vistas como uma maneira específica de compreender e comunicar o que nós já sabemos". Para o autor, deve-se "[...] considerar as representações como meios de re-criar a realidade".
 
[...] Para ser preciso, contudo, deve-se dizer que se trata de algo refeito, re-construído e não de algo recém-criado, pois, por um lado, a única realidade disponível é a que foi estruturada pelas gerações passadas. [...] O que nós criamos, na verdade, é um referencial, uma entidade à qual nós nos referimos, que é distinta de qualquer outra e corresponde a nossa representação (Moscovici, 2003, p.90).
 
 
 
A representação social é um tipo de saber que é ação social e é também ação comunicativa. Todo o saber, na sua origem, é um saber local, porque depende de um lugar. As mídias funcionam como lugares onde estes saberes são representados. Mas estes saberes só podem se deslocar de seu lugar local para se transformar em saber universal se tiverem poder e legitimidade.
 
As representações na mídia podem não ser puramente ideológicas. Justamente vão além do ideológico porque produzem outras funções como, por exemplo, criar identidade. É nestas condições que adentra o discurso da revista Raça Brasil, colocar a vida do negro nas suas páginas para que sinta-se pertencente a esta cultura simbolizada através de um meio de comunicação, fazendo com que este grupo se torne próximo e familiar do seu discurso para que os leitores  assimilem e se encontrem dentro deste discurso e passem a pensar da mesma forma.
 
A revista usa seu discurso como um recurso para a criação de um nós coletivo - os afro-descendentes, onde este discurso do nós é tratado às semelhanças do seu grupo social fazendo com que os afro-brasileiros se descubram enquanto pertencentes à fala da revista e assim fazendo com que os leitores conheçam a trajetória da sua ancestralidade,  levando-os a uma reflexão sobre a cultura afro-brasileira e assim construindo sentidos com os quais podem se identificar, construindo identidades.
 
A revista Raça é um meio de representação e por representação Stuart Hall (2001, p. 50), explica que é através do  discurso que são construídos sentidos que influenciam e organizam tanto nossas ações quanto a concepção que temos de nós mesmos. Sendo a revista um meio voltado para despertar uma consciência étnica nos seus leitores, tendo o propósito de recontar a história do povo negro, dando em suas publicações informações cruciais sobre o papel dos negros no desenvolvimento deste país. A exemplo, da publicação da matéria Nossa história, enfim contada (Edição 87 - Junho/2005), que mostrou uma exposição com documentos, fotos e obras de arte expostos no Museu Afro-Brasil, em São Paulo, evidenciando o negro como integrante ativo na construção da nação brasileira. Segue abaixo parte da publicação da matéria:
 
"Apague tudo o que você conhece sobre a História do Brasil. Ou quase tudo, já que a versão ensinada na escola sobre a formação da nação brasileira, em geral, desconsidera a participação ativa dos negros na construção do País. Na literatura que se conhece sobre a colonização do Brasil pelos portugueses, o índio é visto como um ser que aceita pacificamente a imposição da cultura e da religião européias e que não se adequa ao esquema de trabalho imposto. O negro, no entanto, é tido ora como passível de pena, por aceitar sua condição de escravo, ora como rebelde fujão, que constrói os quilombos e sofre as conseqüentes punições. Mas quase nunca é mencionado que negros e índios fizeram parte da vida social do País desde a sua formação. "Foram os negros que extraíram o ouro na mineração, cultivaram a cana-de-açúcar e o café, cuidaram do gado e do fumo", lembra Emanoel Araújo, 63 anos, diretor e criador do Museu Afro-Brasil, em São Paulo" (Nossa história, enfim contada Edição 87 - Junho/2005). 
 
A intenção desta matéria é justamente recontar a história do negro com um novo olhar, ilustrando através desta exposição as raízes africanas, a vinda dos negros para cá e a participação na vida cotidiana nestes cinco séculos de Brasil. Acompanhe a seguir trechos do roteiro que a reportagem da Raça Brasil percorreu nesse mergulho no tempo: 
 
"Os objetivos deste trabalho estão lá: "Registrar, preservar e argumentar, a partir do olhar e da experiência do negro, a formação da identidade brasileira...". Em seguida, iniciamos a caminhada em busca de nossas raízes. A primeira parada é uma coleção de máscaras vindas do continente africano, cuja vedete é a Cabeça Nok, artesanato confeccionado pelo povo Nok, que viveu entre 500 a.C. e 500 d.C., e a peça mais antiga do museu. O Núcleo África ainda dedica um espaço para as mulheres, por meio de poemas e esculturas que representam divindades femininas.[...] Além de cuidar das tarefas domésticas, as escravas denominadas amas-de-leite alimentavam os filhos de seus donos. Também estão lá imagens de negros que acabavam morrendo de tanta tristeza e saudade de casa (banzo) e os objetos de aprisionamento e tortura dessa gente. Nesse momento da visita, a miscigenação é lembrada por meio da alimentação: o acarajé, o caruru, o xinxim e o feijão-de-azeite são heranças africanas" (Nossa história, enfim contada Edição 87 - Junho/2005). 
 
Parafraseando Elisa Larkein, "quando se tem por objetivo aprofundar o conhecimento e  a reflexão sobre a cultura afro-brasileira, a referência à África não deve ser entendida como volta ao passado, mas como necessidade fundamental para a construção de uma identidade própria".
 
De acordo com Hall (2001, p.52), a narrativa da nação, tal como é contada e recontada na mídia, ajuda a fornecer uma série de relatos, imagens, panoramas, cenários, eventos históricos, símbolos e rituais nacionais que simbolizam ou representam as experiências partilhadas, as perdas, os triunfos e os desastres que dão sentindo à nação. Como membro de tal "comunidade imaginada", ou seja, na revista Raça, os afro-descendentes se veem, dentro desta narrativa como compartilhando as semelhanças. Dando aos leitores um significado e importância à sua existência, conectando suas vidas cotidianas com um destino nacional. Para Habermas, permite pensar que:
 
 
[...] os seres humanos também buscam o entendimento e a comunicação e não somente a dominação. [...] se os agentes comunicativos querem executar os seus planos de ação em bom acordo, com base numa situação de ação definida em comum, eles têm que se entender acerca de algo no mundo (Habermas 1989, p.167).
 
E destaca (1989, p.92) que "[...] as regras do Discurso têm elas próprias um conteúdo normativo; elas neutralizam o desequilíbrio de poder e cuidam da igualdade de chances de impor os interesses próprios de cada um". Portanto, o discurso da revista Raça Brasil atuando de maneira crítica pode possibilitar aos leitores a uma consciência crítica da sua posição na sociedade, estimulando a iniciativa de combate ao racismo, exigindo medidas compensatórias visando amenizar a situação do povo negro e valorização da sua cultura. O ideal de uma ação comunicativa é, portanto que haja interação entre o emissor e o receptor. O mesmo autor (1989, p.79) chama "[...] comunicativas as interações nas quais as pessoas envolvidas se põem de acordo para coordenar seus planos de ação, o acordo alcançado em cada caso medindo-se pelo conhecimento intersubjetivo das pretensões de validez". 
 
* Retirado da minha monografia: As representações Sociais na Ressignificação da Identidade Ética do povo negro: no caso da revista Raça Brasil. Defendida na semana da Consciência Negra em 23 de novembro de 2006.


 
 
 
 

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

A Identidade Étnica

Conforme Manuel Castells (2000, p.22) identidade pode ser entendida como "a fonte de significado e experiências de um povo":
 
[...] entendo por identidade o processo de construção de significado com base em um atributo cultural, ou ainda um conjunto de atributos culturais inter-relacionados, o(s) qual (ais) prevalece (m) sobre outras fontes de significado. Para um determinado indivíduo ou ainda um ator coletivo, pode haver identidades múltiplas (Castells 2000, p.22).
 
A identidade como processo, portanto, se constrói no coletivo, não é um ato individual, porque, segundo Castells (2000, p.23) "vale-se da matéria-prima fornecida pela história, geografia, biologia, instituições produtivas e reprodutivas, pela memória coletiva e por fantasias pessoais, pelos aparatos de poder e revelações de cunho religioso." Portanto, a construção da identidade se dá na sociedade e está ligada à estrutura social, faz parte de tudo que tem significado para o coletivo.
 
Há uma tendência muito grande à fragmentação, o que impede a identidade, e nesse sentido a institucionalização é importante para transmitir ideias, projetos e suas representações. Na época de Moscovici uma das grandes preocupações era a popularização das ciências e entender como o saber científico se transforma em senso comum. Mas na verdade, o que se discute ainda é como o saber se transforma em relação aos outros saberes. Conforme Vassalo de Lopes:
 
 "As identidades coletivas são sistemas de reconhecimento e diferenciação simbólicos das classes e dos grupos sociais e a comunicação emerge como espaço-chave na construção-reconstrução dessas identidades. Por outro lado, a relação conflitiva e enriquecedora com os "outros" permite elaborar estratégias de resistência ao que de dominação disfarçada existe na ideia de desenvolvimento e modernização" (Vassalo de Lopes, 2005, p.221).
 
Pode-se argumentar também que a identidade está sempre enraizada numa cultura. É quase impossível pensar, por isso, numa identidade única, mas sim em identidades de caráter diversificado e múltiplo, justamente pelo grande número de elementos que as constituem. 
 
A revista Raça neste contexto, tem criado representações significativas na formação da identidade. Enquanto mídia tenta incorporar as preocupações de ordem econômica, política e social da população negra. Por meio dos seus artigos a revista tenta acompanhar o cotidiano e a trajetória da ancestralidade do seu público-alvo, tentando mostrar através das suas publicações a vida em "comum" de milhares de negros, fazendo os leitores se verem nessa narrativa e se sentirem semelhantes operando como um espelho onde eles possam se ver e refletir o espaço a sua volta, construindo uma identidade nos leitores, o que podemos chamar de uma identidade étnica.
 
Roberto Oliveira (1976) explica que é importante ressaltar que "identidade étnica" e "etnia" são termos que só podem ser usados, só fazem sentindo, quando há convivência de diferentes grupos étnicos na mesma nação, o que difere da convivência entre nações majoritárias e portadores de padrões de relação complexos.
 
A identidade étnica só se estabelece nas relações interétnicas que, por sua vez, apresentam-se como um fenômeno social complexo, formado, pelo menos, por três aspectos: o da identidade, que tem um domínio ideológico, o do grupo social, cujo domínio é a organização e o da articulação social, cujo domínio é o processo (de relações sociais), que tem lugar em uma dada formação social. "Se acrescentamos a cada um destes termos a palavra étnico, teremos: identidade étnica, grupo étnico e processo de articulação étnica", (OLIVEIRA, 1976).            
 
A identificação de uma pessoa com aspectos culturais de um grupo possibilita-lhe sua identificação étnica, que Oliveira compreende como: ... "uso que uma pessoa faz de termos  "raciais", nacionais ou religiosos para identificar e, desse modo relacionar-se aos outros" (OLIVEIRA, 1976, p.3). É na forma como os indivíduos assumem essa identificação nas diversas situações reais e os outros lhe atribuem esse pertencimento, que surge a identidade étnica.
 
A revista Raça tenta mostrar esta identidade étnica procurando dar-lhes visibilidade, discutir, fazer refletir e tentar transformar a vida dos afro-brasileiros. Na análise do discurso será mostrada como esta identidade cultural/racial está sendo representada na Raça Brasil, analisando o papel desta revista e dividindo o discurso em categorias: Estética, Cultura, Política e Social.
 
* Retirado da minha monografia: As representações Sociais na Ressignificação da Identidade Ética do povo negro: no caso da revista Raça Brasil. Defendida na semana da Consciência Negra em 23 de novembro de 2006.