Cheguei na cidade de Santo Antonio de Jesus-Ba dia 22 e só retornei dia 03 de julho depois de dois dias de adiamento total de 11 dias de férias para meu juízo que andava trabalhando certo demais. Bom! Foi um São João danado de bom e porque não dizer até lindo.
Festa junina regada a muita birita tipo: cerveja, whisky, ice e pouco licor passei mal com um licor de jenipapo as vésperas da viajem que nem quis conta com essa água suja. Comida típica de tudo um pouco até crustáceos, afinal minha prima trabalha-mora em um restaurante de frutos do mar Bar da Carminha e tome caranguejo, lambreta, pitu, camarão, siri e tudo que eu via sair para os clientes, virei ajudante de cozinha (acreditem se quiser) lavava mais os prato e, é claro, sempre com uma garrafa de cerveja do lado acham que eu iria fazer isso de cara? Sou preta mais não nasci para a cozinha, lógico que eu só ia ajudar minha prima para atacar a frízer.
Dia 23 começou a festa só sei que a principal atração foi Zezé di Camargo e Luciano que vi muito rapidamente e com a visão turva de tanta cerveja e ice, fiquei mais lá fora “ajudando” minha prima a vender as bebidas, pois bem, voltando um pouquinho antes de ir à festa peguei um moto táxi (transporte principal da cidade) e acabei me engraçando com o motociclista o papo começou pelos cabelos porque não queria colocar o capacete devido ao auto grau de laker que já tinha preferido no meu black para ficar duro sem mover uma palha e não baixar o cabelo, só me recordo que ele também disse que tinha um black, percebi as trancinhas debaixo do capacete aí chegando no destino ele tirou o capacete e me mostrou seu rosto e seu inicio de rastinha aí me apaixonei viramos Sansão e Dalila o cabra ficou de voltar para tomarmos uma e não é que voltou? Juro que nem esperava aí já viu! Larguei meu posto e tomei rumo com ele e só apareci na casa de minha prima um dia depois.
O nome dele é Jailton, mas apelidado como Nil ou Tio o porquê não perguntei, 25 anos, estatura média, franzino, olhos cor de mel, pele clara mais não o vejo como branco, estado de espírito calmo e de natureza complexa, romântico, charmoso até na voz, simpático, carismático com todos, brincalhão, vivido, homem de caráter e bom de cama, nooooooossa tá bem na fita o cara! Conheci na primeira noite da festa e não desgrudamos mais parecia até que já nós conhecíamos a um tempão, dormimos juntos e no dia seguinte logo pela manhã fomos para a roça com os primos dele e o meu São João doido de sempre começou: muita droga licita e ilícita, animação, palhaçada, forró, pagode, sertanejo, azaração desastrada, mancada, gargalhada, gente caindo de moto e enfiando a cara na cerca de arame farpado, pelo menos a minha queda foi no asfalto e só ralei um pouquinho o braço esquerdo, enfim uma viajem bem legal cheia de contos e encantos nem imaginava que seria tão bom!
De quatro dias de festa só fui dois já não aguento mais tanto pique, estou igual a seleção brasileira morrendo no meio do caminho - que vergonha perder de virada 2x1 para Holanda o suco em questão era de espinafre e não de laranja. Passei um dia na roça do meu primo visitando a parentada, passeando de moto e bebendo muito, é claro! O melhor da roça é ficar no bar à noite dançando forró, comendo carne na brasa e dando risada.
É inacreditável como a paisagem verde e cheiro de capim molhado meche no nosso psiquê, fez tanto redemoinho que desistir de viajar para fazer uma despedida com Nil no meu do mato um fato que marcou, pois nunca fiz. No fim da tarde fomos fazer amor no pasto quando chegamos até parou de chover o orí dele (Odé) nos deu essa façanha, paisagem linda embaixo da mangueira com direito a peruana e licor misturado com energético, até um filhote de gafanhoto posou na minha barriga fiz um pedido estou tão desacreditada que tinha que ser um filhote mesmo para renovar esse sentimento em mim, então que tudo reinasça axé. O pôr do sol encantou esse momento lindo, mágico, no caminho vaga-lumes a quanto tempo não via essas luzinhas que lembrou minha infância no interior quando saia à caçar. Na nossa ultima noite juntos ele me presenteou com um poema:
Qual oito que terce o infinito
Qual preta café incandescente.
Esculpida a esmero, brilha quanto a tala
do capim que descansa nobre à mangueira
que ao encanto do amor testemunhou.
Voa leve infinito absurdo brinda à vida
nua da preta café insaciável.
Jailton A. Santos em 01 de julho de 2010. Poema de mesa de bar
Dormimos mais uma noite juntos em um sitio lá no bairro do Bem fica, muita chuva e lá pelas 16h ele me levou para a casa da minha prima e foi a ultima vez que o vi. No dia seguinte atravessei o mar de volta à Salvador sábado, 03 de julho.
Iria escrever sobre mais coisas mais acho que esse final ficou incrível não vou por mais nenhuma linha.
Bateu saudade....
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