Sou negra como à noite!

terça-feira, 28 de maio de 2013

Histórias Unibahia

Ando revendo meus caminhos e minha amiga Monique Lopo de volta a terrinha (não agüentou o contraste cultural de São Paulo) bate a sessão nostalgia e coloca fotos antigas nossas do tempo da faculdade (graduação na Unibahia) no orkut, aí fiquei toda melódica e quis colocar estas fotos também aqui no meu blog. Bateu tanta saudade que até veio às lágrimas nos olhos. Se eu pudesse voltar este tempo de brigas por conta dos trabalhos em grupo com Reyce Veridian então...era um pega pra capar, aquela alí conseguia me tirar do sério e depois de muitas decepções hoje quero muito bem a ela, bem loooooonge de mim, não é  a toa que ela é de Oxumaré!

Voltando ao assunto, saudade das brigas com os professores por conta das notas baixas (em teoria tomava porrada) dos meus discursos étnicos ainda na gageira. Eita!!!! A sala pegava fogo me chamavam de racista, complicada, problemática e que era tudo coisa da minha cabeça (todos os ativistas escutam isso) “tiuria” já aceita por nós. Fazer o quê se gosto da minha cor? Da minha ascendência africana? É uma pena que isso incomoda muita gente. ADOOOOORO!!   


Bom, mas o melhor era mesmo as festinhas de São João na sala, as comemorações, teve uma vez no aniversário de Marvin Kennedy que enchi a cara, dei até uma latada nas costas de Marvin porque não queria me deixar mais beber (ele fez certo estava grogue demais) zuação por um mês, teve gente que pegou até o professor só não vou dizer quem foi o professor e quem foi à aluna. B.A.B.A.D.O até ele me roubou um beijo neste dia, fui pega! Estava muito alcoolizada.

Este niver de Marvin foi pá,pá,pá e caixinha de fosfóro teve gente que experimentou um baseadinho pela primeira vez, banheiro invadido por quem não conheciamos, gente chorando eu fui uma das que entrei em prantos e fui consolada por uma amigona que falando nela, lembro que já curtimos muitas juntas, Laina Aguiar, saudade linda...


Também já fui imprensada por um certo professor de olhos azuis em plena Senzala do Barro Preto – que contraste – viva a miscigenação!! Realizei o sonho deles já que os docentes eram amantes da cultura negra e ficavam admirando a preta aqui, quando eu chegava na sala com meu look afro, cheia de colar, brincos e anel de búzios, cabelo black FECHAVA os meninos do curso de engenharia que o digam meu apelido entre eles era até sedução. Até o coordenador na época Sérgio Mattos com sua voz fanha (super respeitoso comigo) disse uma vez que eu fazia sucesso quando passava pelos corredores. AMEI!!


Mas deixando meu ego inflado de lado, a verdade é que sinto saudade da turma, das fofoquinhas, das cervejadas no Acarajé da Cema, ponto de encontro da galera universitária de Lauro de Freitas, das festas em Villas do Atlântico, dos meninos de Administração,  do beiju de seu Carlos fiz até uma permuta de propaganda com ele na rádio da faculdade eu divulgava no meu programa e ele me dava beiju de graça. Viu? Já era boa no marketing!  

Era 5º semestre a disciplina era radiojornalismo com a professora mais sargentão que já vi na vida (Nívea Almeida) ninguém merecia aquela mulher, se é que era mulher mesmo! Meu parceiro na rádio era Fernando Dias (SELVA) uma figuraça, era o mais velho da turma, homem de Massaranduba que fazia a gente rir com suas palhaçadas espontâneas lembro-me que certa vez ele disse que a geladeira dele quebrou e quando chegasse em casa tinha que comer uma panela de feijão para não desperdiçar e como nada é por acaso encontrei esse cabra ontem passando pelo trabalho dele no bairro de Nazaré nos abraçamos, conversamos rapidamente e ficamos de marcar algo com a turma patota de encontro (eu, Monique, Yuri Almeida e Edcarlos Bonfim vulgo “Hilson” o que entrou mudo e saiu calado em quatro anos) para colocar o papo em dia.



Mas como nem tudo foi perdido topamos com bons mestres: Tânia Motta que inclusive a ideia de um blog sobre  a temática afro nasceu na aula dela, Lício Ferreira com suas aulas excrachadas, a professora Nádia Argolo que berrava os erros de todo mundo em sala de aula, Cristiane Paula atual coordenadora do curso de jornalismo ela era exigente mais valeu a pena, Zé Silva era o técnico da rádio mas foi como se fosse nosso professor, João Borges (o pós moderno) só porque foi meu orientador, a professora Janaina de estatística eu brigava tanto com ela tadinha.

O descolado Gregório Benfica realmente a aula dele era MARA prendia a gente no assunto, Uelber Reis o cara nasceu para lecionar muito bom mesmo, Edson Miranda só me dava zero, ele só queria falar de PT e política, me poupe! Mas era bom professor aprendi as “tiurias” na tora. Augusto Queiroz que parecia que só existia Yuri e Felipe na sala elogio o tempo todo (que inveja).


Walter Lima o baixinho, careca, professor de metodologia cientifica conhecido como Furnier, rummmmmm esse aí papou muitas alunas MISERAVÃO! Menos eu, é claro! 


Vera Motta professora de português que era minha única referencia de afirmação da negritude na faculdade, adorava os vestidos dela. Teve um professor de filosofia que a aula dele era muito louca ele ficava recitando poemas, músicas e fazia a gente admirar a lua cheia e o céu estrelado da janela da sala. 


Professor de jornalismo online Alberto Oliveira, conhecido como HTML e por fim mais não por último meu queridíssimo professor Péricles Bahia THE BEST (puxo logo o saco mesmo) que nós concedeu a entrada no grupo Sinjorba onde conheci bons jornalista e tenho alguns como exemplo e grande admiração, quero até ser igual a alguns quando crescer.


Na minha lista negra tem Matilde Schinitman ODEIO ela, guerra declarada, inimiga minha, o carlista doido Marcos Vinícius professor de economia que reprovou quase todo mundo, fui para final e só passei porque pesquei a prova inteira, pesquei não fiz um arrastão e tirei a maior nota da sala como dizem - quem não cola não sai da escola. 

A professora Karina Becker de inglês ela era até legal mais a matéria um horror, desperdício de tempo só sabia dá aula sobre o verbo TOBE e passar as frases para negativa e afirmativa parecia até que estava na quinta serie. Stella Soarez de sociologia que tinha a bunda maior que a perna, era um saco!! Não entendia PN do que ela falava, só sabia falar de Foulcat, Durkheim, Burnieu, Harbemas e esses outros teóricos que se estivessem vivos eu matava, ela mexia com o psiquê de Yuri (escancarei) my sorry amigo.*Rs



O quase professor Washington Filho de telejornalismo que pelo amor de Deus ele pode até ser um bom profissional na área, mas como professor era uma negação, sem metodologia nenhuma, ninguém conseguir ouvir o que o ele falava! José Rodrigues de geografia o que foi aquilo? E outros tantos que foram tão ruins que nem consigo me lembrar! Mas ninguém é perfeito – só a pratica nos diferencia. 


Foram tantos momentos bons que até me cobro de não ter aproveitado mais, galinhado mais, perturbado mais, me estressado menos e estudado mais também, confesso que levei algumas matérias só no baratino que aliás era até a senha do email da turma. 


Teve apresentação de seminário que ficou conhecido como o “biscoito da discórdia” a equipe se apresentando era a minha e depois da comelança do biscoito entre (Marvin, Yuri, Felipe Blanco e mais alguns) na hora da apresentação Delma Dias da minha equipe e Marvin plateia se tornaram inimigos forever.


Teve a rainha do abacaxi para Priscila Figueira como a mais chata da turma (acho até que foi injustiça, afinal a mais brigona era eu). Aniversário de 10 anos da Unibahia no Rock in Rio Café que beijei nove carinhas ainda bem que não deu sapinho! Eu e Monique agitou a festa (parceria eterna). 



As Brigas por email e em sala sobre matérias que não saio no jornal laboratório, onde realmente quem teve a culpa foi a patota da edição que colocou suas duas ou mais matérias e “esqueceu” dos demais com a desculpa de que o jornal estava com buracos. 


Gente que se achava demais os “superinterligentes” que se viam no direito de desdenhar textos dos colegas e até hoje fazem isso nos blogs (quem avisa amigo é) e estávamos todos no mesmo barco, hoje pegamos horizontes diferentes, uns estão bem no mercado de trabalho, outros nunca tiveram, muitos fazem frilas soando para achar um emprego fixo (eu sou uma das) quem se compadecer com a causa por favor help. 


Ao longo do curso teve gente que se casou, se separou, que engravidou, que abortou, que traiu e foi traido *Ops falei demais! Que começou namoro e estão juntos até hoje uns tiveram até filhos...


Mas o especial é que o curso de jornalismo fez o destino colocar pessoas heterogêneas nas nossas vidas e cada um contribuiu para o crescimento pessoal e profissional do outro, amadurecemos, evoluímos e hoje vemos o mundo diferente não tão acolhedor como pensávamos que seria.



Entramos de peito aberto, fantasiando sermos grandes profissionais chegar até à apresentar o Jornal Nacional ou Fantástico todos pensaram em ter o seu plim, plim e fazer um jornalismo revolucionário.  


Fiz até uma gravação da turma no 2º semestre ano de 2003 que está guardado a sete chaves. Colhi depoimentos da turma, do que estavam achando do curso, da faculdade, dos professores, da vida acadêmica e o que queríamos fazer no futuro, tem fala de Mila Loreiro, Otaviano Maia, Araquém Querino, Kátia Elisabeth, Soraia Alencar, Fabiana Dumonte, Manuela Laborda e outros que citei neste saudosos texto. Depois de três anos de formatura ainda acho que somos focas sendo adestradas. 


  
Os caminhos foram feitos para serem trilhados e que as portas estejam sempre abertas. Só peço luz e força para todos n@s. Axé!!!   
Texto feito em 29 de janeiro de 2010         
 

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