Ao analisarmos mais de perto os textos e imagens sobre a questão da estética abordada pela revista, que tem na sua linha editorial uma grande preocupação em mostrar uma bela imagem do negro e fazer da estética uma forma de afirmação racial, mostra também uma ambigüidade nas massagens, um grande apelo ao consumo.
O primeiro exemplo a ser apresentado é da Edição 86 - Maio/2005. Uma matéria sobre cabelos black power, nela aparece a fotografia de um casal negro com o estilo da cabeleira black, o conteúdo da mensagem diz respeito ao penteado que foi moda nos anos 1970 e volta com força total para homens e mulheres, fazendo uma breve referência aos primeiros famosos que assumiram o seu cabelo natural.
A revista enfatiza o que aconteceu com a atriz Zezé Mota, após a volta de uma viagem que fez aos Estados Unidos: "a atriz conta que, em visita àquele país, na época, deparou com os negros usando cabelo natural, voltou para o hotel e enfiou correndo a cabeça debaixo do chuveiro e sentiu como se fosse uma libertação".
Ao retratar desta forma usando a palavra "libertação", a revista mostra muito bem a tendência de se optar pelo estilo black, como forma de afirmação da identidade negra, o estilo do cabelo virou uma forma de expressão, um fator de afirmação racial.
Esta matéria vem junto com anúncios de cosméticos que, segundo a revista, irá ajudar na manutenção do penteado, junto com dicas de um profissional especializado em black power, que ensina como cuidar do visual.
Para falar de moda étnica sempre destaca-se as estampas e as cores do continente Africano, sendo composta pelas características que expressam a estética da África, sendo apresentada as roupas impregnadas de desenhos. A selva ganha textura e vibração. A cor da raça e do deserto e as estampas dos safáris povoam a imaginação. As estampados de onça, zebra, tigre, leopardo e outros bichos invadem vestidos, saias, camisas, coloridos e repletos de desenhos étnicos.
O primeiro exemplo a ser apresentado é da Edição 86 - Maio/2005. Uma matéria sobre cabelos black power, nela aparece a fotografia de um casal negro com o estilo da cabeleira black, o conteúdo da mensagem diz respeito ao penteado que foi moda nos anos 1970 e volta com força total para homens e mulheres, fazendo uma breve referência aos primeiros famosos que assumiram o seu cabelo natural.
A revista enfatiza o que aconteceu com a atriz Zezé Mota, após a volta de uma viagem que fez aos Estados Unidos: "a atriz conta que, em visita àquele país, na época, deparou com os negros usando cabelo natural, voltou para o hotel e enfiou correndo a cabeça debaixo do chuveiro e sentiu como se fosse uma libertação".
Ao retratar desta forma usando a palavra "libertação", a revista mostra muito bem a tendência de se optar pelo estilo black, como forma de afirmação da identidade negra, o estilo do cabelo virou uma forma de expressão, um fator de afirmação racial.
Esta matéria vem junto com anúncios de cosméticos que, segundo a revista, irá ajudar na manutenção do penteado, junto com dicas de um profissional especializado em black power, que ensina como cuidar do visual.
Para falar de moda étnica sempre destaca-se as estampas e as cores do continente Africano, sendo composta pelas características que expressam a estética da África, sendo apresentada as roupas impregnadas de desenhos. A selva ganha textura e vibração. A cor da raça e do deserto e as estampas dos safáris povoam a imaginação. As estampados de onça, zebra, tigre, leopardo e outros bichos invadem vestidos, saias, camisas, coloridos e repletos de desenhos étnicos.
Sendo enfatizando a assimilação das estampas das roupas com a paisagem das selvas africanas, reforçando a identificação da negritude na forma de se vestir, onde o look passa a constituir uma lógica identificatória.
Tais roupas compõem a nova tendência da chamada “Moda Afro, usando a estética como uma linguagem mercadológica para falar de autoestima e consciência racial.
Seguindo a lógica de se enaltecer o black is beautiful como uma nova forma de afirmação da identidade africana nos países da diáspora negra. Colocando os traços distintivos da identidade nacional para mostrar cabelos e roupas que comporiam a chamada “Moda Étnica”.
Denílson Lopes (2002) enfatiza que consumir passa a gerar um novo significado para questões de pertencimento, identidade, em uma época de globalização da cultura e quebra de fronteiras, na qual a Moda participa ativamente do processo de subjetivação do indivíduo numa sociedade em transformação. Há, na atualidade, uma crescente preocupação com a identidade, com o reconhecimento e a valorização de si e a aceitação do outro. “A moda não é só questão de consumo, mas também de identidade. Ser não é ter, mas parecer”. (Lopes, 2000, p.155).
Na verdade, são as imagens que se tornam mercadorias. O capitalismo agora tem, como principal meta, a produção de imagens e sistemas de signos, e não somente de mercadorias. A Moda, imersa nesse sistema, é o campo ideal para a criação de sociabilidade e definição de éticas grupais.
Douglas Kellner (2001, p. 307) discorre que a cultura da mídia põe à disposição imagens e figuras com as quais seu público possa identificar-se, imitando-as. Portanto, ela exerce importantes efeitos socializantes e culturais por meio de seus modelos de papéis, valorizando certas formas de comportamento.
A Moda estabelece a identidade social do indivíduo. A forma de vestir é uma forma de expressão, uma manifestação particular, e identifica a pessoa como integrante de uma certa época, de um certo grupo social, de uma certa profissão. O vestuário compõe, juntamente com outros atributos pessoais, o perfil das pessoas, inclusive refletindo estados de espírito: "Enquanto, no século 19, o individualismo procurava a qualquer preço mostrar uma originalidade, como no caso do dandismo, creio que, hoje, mais através da diversidade de estilos, há uma busca da expressão da identidade" (Lipovetsky, 1997).
O discurso da revista mostra que a identidade racial está ligada à produção de uma imagem, à aparência pessoal, onde a auto-afirmação é ditada através da moda e dos cosméticos, e que esta adoção da moda étnica seria um passo necessário para uma nova forma de se resgatar a autoestima e despertar uma consciência racial nos afro-brasileiros.
*Retirado da minha monografia como projeto de conclusão do curso em jornalismo: As representações Sociais na Ressignificação da Identidade Ética do povo negro: no caso da revista Raça Brasil. Defendida e aprovada na semana da Consciência Negra em 23 de novembro de 2006.
Olá Dona Preta, nós somos do blog kamutiearte.blogspot.com, e adoramos o seu post e suas citações sobre a identidade do negro na moda atualmente. Nós da Kamutiê estamos desenvolvendo produtos, como camisetas e outros artigos para que seja feita a nossa inserção no mercado, divulgando a identidade black.
ResponderExcluirVamos manter o contato! Acesse nosso blog, veja nosso trabalho: kamutiearte.blogspot.com. Um abraço! Iara e Edson.