Sou negra como à noite!

sábado, 31 de agosto de 2013

Minha praia

A Praia de Armação na Boca do Rio era um dos principais pontos de desembarque ilegal de escravos

 
 
                                                                                                     * Suzana Tavares
 
Algumas praias de Salvador guardam histórias que nem sempre são conhecidas pelos seus moradores. A exemplo, a praia de Armação uma enseada antes conhecida como praia do Chega Nego era um dos maiores pontos de chegada de negros trazidos da África, servindo para o desembarque clandestino de escravos durante o período em que o tráfico oficial foi proibido.
 
Os escravos eram depositados numa senzala construída á beira da praia até serem comercializados, lugar este, conhecido como casa de pedra que ficava ao lado do restaurante Yemanjá na avenida Otavio Mangabeira.
 
Trafico de escravos - Escravos estes que foram trazidos para os diferentes países das Américas e das Antilhas, provenientes de regiões da África escalonadas de maneira descontínua, ao longo da costa ocidental, entre Senegâmbia e Angola. Provenientes, também, da costa oriental de Moçambique e da ilha de São Lourenço, nome dado época a Madagascar.Disso resultou, no Novo Mundo, Uma multidão de cativos que não falava a mesma língua, possuindo hábitos de vida diferentes e religiões distintas. Em comum, não tinham senão a infelicidade de estar, todos eles, reduzidos à escravidão, longe das suas terras de origem.
 
Negocio perverso - As viagens eram feitas em tenebrosos navios negreiros, com centenas de pessoas empilhadas em porões fétidos, recebendo cotas mínimas de água e alimento, apenas o suficiente para não morrer, pois a "mercadoria" era preciosa. Na África antiga, uma vida humana podia ser trocada por um punhado de conchas ou alguns litros de aguardente ou uns sacos de tabaco ou alguns metros de tecido ou uma dúzia de braceletes. Havia outras moedas de troca, mas a mais valiosa de todas, sem dúvida, era a arma de fogo. Armas que garantiam o poder militar, político e econômico de um grupo tribal sobre outro, sustentaram infinitas guerras e, assim, geraram batalhões de prisioneiros que, em porões de navios, vieram povoar e construir a América. Na Bahia, até o século XIX, o tráfico de escravos enriqueceu muita gente, como Joaquim Pereira Marinho, cuja estátua ainda pode ser vista em frente ao Hospital Santa Izabel. O tráfico de escravos foi a maior fonte de renda na Bahia até meados do século XIX.
 
 Novos escravos - Os tenebrosos navios negreiros fazem parte do passado, contudo, negras e mestiças ainda são vítimas de uma rede internacional de prostituição. Diferente dos seus ancestrais, muitas vezes vendidos por traficantes também negros e africanos, as afrodescendentes são seduzidas e enganadas por estrangeiros com promessas de casamento e prosperidade. E acabam submetidas à prostituição.

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Minha Salvador

            Um olhar sobre a cidade
 
 
 
*Suzana Tavares
 
A cidade de Salvador tem a vantagem de ter sido criada para servir de base aos portugueses na conquista dos restantes das terras descobertas em 1500. O local no Porto da Barra, foi escolhido por causa da Baia de Todos os Santos e por estar no meio da costa brasileira.

A primeira capital do Brasil tem muito o que contar  sobre seus túneis subterrâneos que escondem os mistérios da velha Bahia. O centro histórico de Salvador é um forte ponto turístico, exibindo a antiga cidade. Mostrando o Pelourinho um dos cartões postais de Salvador, Praça da Sé e o Terreiro de Jesus, formando um belíssimo conjunto arquitetônico residencial dos séculos 17, 18 e 19 que tem uma intensa movimentação cultural dia e noite.
 
Ao olhar sobre a cidade, vemos as feições exóticas e fascinantes, resultado da mistura de costumes, crenças e tradições de diversas culturas oriundas de vários continentes, resultando numa riqueza cultural.

Uma cidade de cantos e encantos, subidas e descidas, miscigenação, cor, música, batuque e festa, porém tem alguns pontos esquecido pelo governo baiano, mas exala cultura nos quatro cantos, é o berço da música e carrega o titulo de ter sido a primeira capital do Brasil. “O Brasil nasceu neste Estado."

Falar de Salvador é fazer poesias, mas é um assunto para ser vivido e sentido, terra festeira, esta é a cidade da Bahia um caldeirão de cores, ritmos e sons. Falar de Salvador é fazer poesias, mas é um assunto para ser vivido e sentido, terra festeira, esta é a cidade da Bahia um caldeirão de cores, ritmos e sons.

A formação de Salvador permitiu explosão da religiosidade, este sentimento religioso que, muitas vezes, roga a Deus e Oxalá como se fosse um só. A fé encontra-se no cotidiano das pessoas e marca festas populares, unindo santos e orixás. A uma reverência nascer nesta cidade, esta ilha de reuniões és a terra do puro axé.

sábado, 17 de agosto de 2013

Música para os ouvidos


Identidade Musical
 
                                                     * Suzana Tavares
 
 
 
 
Cantar é falar duas vezes, uma expressão artística em formas de notas musicais esta arte é uma sapiência para alguns. Com a música passamos sentimentos, levamos informações, contamos histórias e transmitimos mensagens ideológicas. 

A Bahia tem se destacado não somente pelas suas belezas naturais, mas também pela grande diversidade musical. É um estado de inspirações e nesta condição de diversidade que na terra do axé outros estilos musicais vêm se consagrando e ganhando a adesão do público baiano. 
 
É desta forma que vem se destacando a cultura musical negra, que vem se firmando e contribuindo em um processo muito forte de reafricanizacão da cidade do Salvador, alcançando hoje um plasmar intenso de identidade e auto-estima para os negros. E principalmente esse processo vem atuando por meio da música com o estilo reggae e os blocos afro. 
 
“Outras tendências musicais vêm crescendo e com isso estamos conseguindo desbancar o monopólio do axé e pagode, apontando a existência de outros ritmos”, diz o músico Ricardo Pinheiro.  
 
Nesta caracterização o reggae passa a ser mais que um gênero musical, tornando-se uma verdadeira religião, os sons de Jah, nasceu na Jamaica tendo como principal percussor o mito Bob Marley, que disseminou o reggae pelos quatros quantos do mundo, levando mensagens políticas, pacifistas de positividade e fé. Bob Marley tornou-se o primeiro astro internacional do terceiro mundo, o que constitui um passo importante para a superação do complexo de inferioridade cultural dos terceiro-mundistas.   
 
Edson Gomes, Sine Calmon e Nengo Vieira são os clássicos nacionais, pioneiros na execução do reggae na Bahia, usando a música para propagar a liberdade e a igualdade racial, conscientizando na letra o brio negro. 
 
A relação entre a música reggae e o rastafarianismo se tornam fundamental neste processo de reafricanização. “Conservo meus cabelos rasta não por nenhuma ideologia fixa do reggae e sim pela estética, gosto de assumir minha negritude”, afirma a estudante do curso de Publicidade Propaganda Vanessa Souza.
 
A juventude brasileira se identificou com o reggae ao reconhecer em seu discurso a critica ao establishment-Babilônia, a condenação comum a opressão branca e o fortalecimento da afirmação da grandeza da raça negra. A estética jamaicana foi adotada através das tranças e dreadlocks. Mas foi a música, sem dúvida alguma, o principal elemento de identificação entre as duas culturas, a brasileira e a jamaicana. O Reggae se constitui assim como uma ponte simbólica ligando povos distintos e distanciados geograficamente.
 
Blocos Afro - O mesmo acontece com as músicas dos blocos afro como Ilê Aiyê, Malê deBalê e Olodum, representando a força da identidade negra e desempenhando um papel social importante na reeducação nas relações entre negros e não negros e nos processos pedagógicos, políticos e econômicos. 
 
A dançarina Bárbara Nascimento diz que o bloco ilê aiyê conserva a segregação, porque o branco não pode participar do desfile no carnaval, “por ter a pela clara tenho que me contentar em vê o desfile fora da corda”, exclama. 
 
Entretanto, os blocos afro declaram que não reprimem os brancos só realçam e levantam a moral do povo negro, ajudando a valorizar a cultura étnica negra para que se crie uma auto-estima por si mesmo, travando no peito o ego africano. 
 
Os blocos afro tentam romper a distância geográfica trazendo a África em versos, é neste ambiente que todos cantam, tocam e dançam a ginga do povo negro, concebendo na musicalidade o batuque preto similar aos sons dos atabaques do candomblé. 
 
Ecuando um discurso de justiça e reparação, mergulham na história dos quilombolas, relembram a sua terra e renovam a guerra pela inclusão. Homens e mulheres exibem a estética negra com cabelos blacks e traçados, consolidando o reconhecimento da beleza negra, nunca a estética afro esteve tão no modismo como agora. 
 
Esse estágio de evolução deve-se boa parte a música que nos proporciona letras com significados de consolidação e reconhecimento da cultura negra, ressignificando a imagem dos afrodescendentes.


 

 
 

Na luta


terça-feira, 13 de agosto de 2013

Continuação tcc online...

Imprensa negra: a voz do povo negro  
Moura (1992) analisa que esse conjunto de periódicos que se sucede durante quase 50 anos influirá significativamente na formação de uma ideologia étnica na população negra paulista, espalhando-se pelo país e influindo, de certa maneira, no comportamento dos afro-descendentes. Concentrando o seu noticiário nos acontecimentos da comunidade, divulgando a produção dos seus intelectuais nas páginas dessas publicações, aconselhando, orientando e criando, mesmo, um código moral puritano para ser obedecido pelos negros, essa imprensa "feita por negros para negros" marcou profundamente o pensamento dos negros paulistas se repercutindo entre os negros de todo o Brasil, lógico que este sentimento ideológico só atingia de forma mais significativa para os negros que sabiam ler.
Esta analise tenta refletir a forma como tanto estes periódicos que começaram a circular em 1915 quanto a revista Raça Brasil em 1996 pretendem em suas linhas discutir sobre a discriminação racial para defender os direitos da população negra, estando associados à construção e do reforço de laços identitários, entre outros aspectos, ao processo de mobilidade social dos afro-descendentes. No ponto da categoria raça, ponto de vista biológico, serve de base para a representação (re)construção da realidade hierarquizada das sociedades.
A imprensa negra é aqui entendida como o conjunto de jornais e revistas que foram publicados, com a intenção de criar meios de comunicação, educação e protesto para os leitores aos quais se dirigia. A velha imprensa negra, entre 1915 e 1963, caracterizados nos seus próprios títulos, são os primórdios da imprensa negra brasileira.


Hoje com a revista Raça Brasil o perfil dessa imprensa é outro. Além do fato de que esta nova imprensa hoje se utiliza de reportagens mais objetivas, entrevistas, noticiais, o surgimento de novas técnicas que criaram condições para uma maior profissionalização do mercado como um todo, ficando mais claro o papel do redator, do fotógrafo, dos desenhistas e dos revisores, tornando estas revistas em um grande espetáculo cheio de imagens fantásticas, e com uma diagramação mais leve e atraente para o público. Houve assim, uma necessidade de expandir e competir com os produtos importados, fazendo com que o empresariado nacional passasse a buscar novos mercados consumidores dentro do próprio país e, nesse sentido, os negros passaram a ser a "bola da vez". É nesse ambiente que começa a se difundir a nova cara da chamada Afromídia na última década do Século XX.  
Esta nova forma da imprensa negra nos faz questionar a nova tendência da indústria de consumo nacional envolvendo produtos e serviços que, além de propagar a ideia de que os negros podem e têm o direto de consumir como qualquer pessoa no Brasil, com isso, a ênfase das linhas editoriais caminharam muito mais na direção de discussões sobre música, saúde, beleza, comportamento e política. 
A Raça Brasil é a revista mais conhecida e de maior tiragem, com uma linha editorial voltada para a exaltação do sucesso e da ascensão social do negro, além de muitos artigos e edições especiais sobre moda e beleza. É visível que a revista Raça não segue uma publicação estigmatizada, radical, voltada totalmente para atender aos problemas da população negra, mas o motivo da sua criação tem a mesma essência dos antigos periódicos, que é defender os direitos e dar visibilidade ao povo negro, porém mudando a visão mercadológica de representação simbólica de uma nova imagem do negro(a) bem produzida.
Alguns desses jornais da velha imprensa negra refletiam as inquietações de parte da população negra e, num sentido mais amplo, tinham um caráter pedagógico e instrutivo, pois, além do forte apelo político para a tomada de uma certa consciência considerada adequada por seus editores, apresentavam em suas páginas matérias relacionadas ao cotidiano de parte dessa população, o que pode ter contribuído para o processo de formação de sua subjetividade.
Além disso, a divulgação de eventos do cotidiano tais como festas, bailes, concursos de poesia e beleza, que raramente apareciam nos periódicos da grande imprensa - pode também ter contribuído para um processo de auto-reconhecimento e construção da identidade por meio da observação e identificação do seu patrimônio cultural.  
Tal segmentação criada por estes periódicos ainda hoje pode ser vista nas páginas da revista Raça Brasil, ao publicar matérias com os principais nomes e acontecimentos ligados à negritude, na tentativa de dar visibilidade a cultura negra, discuti a identidade e resgatar a herança cultural.
Nesse sentido, Santos (2005) argumenta que a criação destes meios de comunicação buscam a distinção, o prestígio e a inserção social, ao tê-las bloqueadas pela sociedade racista, alguns despertaram para a ascendência africana e às dificuldades comuns aos homens de cor, passando a defender seus interesses.
A velha imprensa tinha um escopo, interesse temático e circulação muito mais amplo, discutiam a questão do mestiço enquanto um problema que atingia a todos, entendiam que o estigma da cor preta ou parda era reflexo da ignorância da sociedade em que viviam. A sociedade branca repudiava todos eles enquanto indivíduos sem instrução, não enquanto homens de cor ou pardos, Santos ainda explica:
 
"A afirmação da raça, realizada pelas principais lideranças, ao contrário das teorias científicas que hierarquizavam e dividiam a humanidade em grupos, era acionada como um instrumento político que buscava unir todos - negros e mulatos. O objetivo era terem acesso aos principais códigos de comunicação e comportamento da elite, forma que encontraram para uma maior aceitação e vida em sociedade. O que passou a caracterizar a instrução como o principal meio de disputa no mercado de trabalho, possibilidade de integração racial, ascensão social e conquista de direitos para a população negra" (SANTOS, 2005, p.5).
Este discurso de incorporar a elite é até hoje defendida na Raça Brasil, cuja a revista defende a concepção de que deve-se ter mais parlamentares negros, sendo a inserção na política de fundamental importância para dar visibilidade ao negro e aos problemas que os assolam. Segundo a revista, esta visibilidade na vida política é uma forma de afirmação de uma minoria, de declarar a sua existência, veicular através de leis de inserção as suas preocupações e demonstrar capacidade de realizar as mesmas atividades da maioria branca, ou seja, onde negros em comum igualdade podem administrar a sociedade por meio da via política.
Nesse sentido, pode-se entender que a valorização de certas posturas veiculadas tanto nos antigos periódicos como na Raça Brasil funciona neste contexto como uma estratégia de afirmação do negro enquanto sujeito que luta por espaços na sociedade.
Podemos explicar o surgimento destes veículos com Erik Erikson (1976). Segundo o autor, o homem sente necessidade de associar a satisfação de dominar uma determinada tecnologia com um sentimento de identidade. Há, então, um sentimento duplo de identidade pessoal: aquela que é lentamente associada desde as experiências vividas na infância e a identidade compartilhada com a sociedade sendo esta última frutos dos encontros com  a comunidade, em círculos cada vez mais amplos.  
Para Erikson (1976), em todos os períodos históricos, no que diz respeito às tecnologias dominantes com o desenvolvimento da sua identidade, tornando-se aquilo que fazem. Isso dá a essas pessoas, os tecnocratas , status, uma identidade. Dá a elas o sentimento de poder desempenhar uma tarefa com outras pessoas  e poder desempenhá-la bem.

Essas tarefas institucionais, que se caracterizam neste estudo sobre a revista Raça Brasil, oferecem coordenadas para o leque de opções de formação da identidade, dando um sentimento a essas atividades e um lugar aos que desempenham na estrutura social.                
 
 
 
 
* Retirado da minha monografia apresentado como trabalho de conclusão do curso de jornalismo: As representações Sociais na Ressignificação da Identidade Ética do povo negro: no caso da revista Raça Brasil. Defendida e aprovada na semana da Consciência Negra em 23 de novembro de 2006. 

domingo, 11 de agosto de 2013

Dia dos pais

Hoje é dia dos pais então saldo e santifico meu orí Ogum de Ronda e Cheroquê apadrinhado!!!
 
 

"Salve Ogum de Ronda! Salve meu Pai Ogum!
Eu te rogo Senhor das Guerras,
vencedor de batalhas e de causas difíceis.
Eu vos imploro neste instante que me
auxilie nesta minha necessidade
(fazer o pedido).
Que na minha caminhada eu tenho sempre lutado sozinho
e na realidade, nada tenho conseguido.
Assim, hoje venho diante de ti rogar a tua misericórdia,
para que eu seja vitorioso,
pois nas tuas batalhas nunca temeste a ninguém
e eu imbuído de coragem e fé
estarei confiante que armado com a tua espada
vencerei todos os obstáculos que houver
na minha vida material e espiritual. Axé. "
 
PATACORI NOSSO PAI OGUM! PATACORI, OGUM DE RONDA E CHEROQUÊ!
 

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Negro Gato

Esse aqui Deus fez e jogou a forma fora, modelou a mão com a perfeição de todos os Deuses...Merece ir para o museu como preciosidade.



Babando!!
 

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Quero ir...


Gostaria de encontra uma brechinha para poder bater asas e voar... Ir para bem longe sem olhar para trás, sem sentir saudade, sem sentir vontade de parar...Queria sair da casa dos meus pais tomar meu rumo, seguir minha vida e voltar a me sentir viva...


 

As vestes africana (parte 3)

Trajes africanos


As roupas africanas vão muito além da beleza. Os padrões impressos nos tecidos correspondem a nomes, provérbios ou ideias. Elas estão relacionadas com a beleza, a religiosidade e a identidade do povo negro, com a ancestralidade africana. As roupas não nascem para proteger o corpo, mas como uma forma de beleza, não só para aparecer ao outro, mas para os deuses.
Ao vestir um determinado pano, envia-se uma mensagem silenciosa a todos os que vêm, mas, na maioria das vezes, a alguém especial.

Os riscados, desenhos e cores expressam relações entre marido e mulher, entre a mulher e as outras mulheres, entre cada um e a comunidade.

As cores vibrantes das indumentárias são obtidas a partir de elementos da natureza, a exemplo de plantas, terra e flores. Cada cor tem um significado.

O verde indica renovação e crescimento, em clara analogia com as matas e florestas. Amarelo é símbolo do status e serenidade, além da fertilidade e vitalidade. Azul é a presença de Deus, a onipotência do céu, ao espírito   puro  que repousa em harmonia.
O preto denota união com os antepassados. É a cor das provas, do sofrimento, do mistério, da consciência espiritual, do tempo e da existência.
Vermelho é a cor da paixão, da determinação política, da vida, da paixão e do sentimento.
Retirado do blog África na escola da professora Rérida. Se link nela:

terça-feira, 6 de agosto de 2013

Tecidos Africano

A arte de tecer em tear manual é uma das mais antigas do mundo. Na África existem três tipos principais de tecidos: o Bogolan, o Khorogo e o Kubá.

Em geral os tecidos são confeccionados para marcar ciclos importantes da vida da pessoas ou das aldeias, para vestuário, tapetes e também já serviram de moeda de troca. Em algumas etnias os homens tecem e as mulheres tingem os tecidos.

Os tecidos Kubás estão entre os mais importantes de todo o território africano. Os homens tecem a partir da ráfia retirada das palmeiras em pequenos e rudimentares teares. São as mulheres, no entanto, as responsáveis pela decoração dos tecidos. Os desenhos demonstram a importância e a influência de cada família.
Em anos recentes, os desenhos terrosos ou preto-e-branco dos tecidos Bogolan tornaram-se conhecidos no mundo todo. Bogolan, que significa tecido de lama, é uma tradição estabelecida há tempos entre os Bambara, etnia majoritária do Mali.

O tingimento tradicional é feito apenas por mulheres e a técnica passada de mãe para filha. A peça é lavada em água e colocada ao sol para secar para que encolha ao seu tamanho final. Depois, o tecido é embebido de uma solução marrom e uma solução amarela extraída da maceração de folhas de várias árvores e posto para secar ao sol. O tecido está pronto para a aplicação dos corantes naturais extraídos da lama. O barro coletado em lagos e poças é deixado para fermentar por alguns meses em um pote coberto, adquirindo ao final de um ano a cor negra.
Os tecidos Khorogo, originalmente da cidade de Khorogo, no norte da Costa do Marfim, hoje são encontrados em vários lugares da Costa do Marfim. Representam cenas da vida cotidiana das aldeias africanas ou cenas da mitologia Akan. São tecidos de algodão tingido com argila e pigmentos naturais (extraídos de folhas, frutos e cascas de árvore).

Assim como nos tecidos Bogolan, os homens tecem tiras estreitas em tear pequeno e depois costuram-nas juntas para alcançar a largura desejada. Depois dividem com as mulheres a tarefa de tingi-los. Há basicamente quatro cores reconhecidas pelas tecelãs: preto, cinza, vermelho e branco. Porém outras tonalidades podem ser obtidas através da mistura dessas quatro cores.


Diversidade Colorida - Blog