Sou negra como à noite!

domingo, 28 de abril de 2013

TCC online

Reconhecimento da identidade afro-brasileira 
 
 
Nos anos 1980 e 1990, o debate sobre a causa negra ressurge com uma nova roupagem, como parte dos movimentos sociais que se fortaleceram desde os anos 1970 em torno da identidade negra, da cidadania, seja pela politização em torno de uma consciência negra ou de uma cultura negra como meio de marcar uma cidadania diferenciada. Cidadãos com direitos, mas enquanto negros, afirmados muitas vezes culturalmente, seja através do candomblé, do reggae, da capoeira ou de outras práticas culturais. Ou pela procura de dados que mostrassem efetivamente a condição do negro na sociedade brasileira. Alguns dados inclusive mostram que houve uma alteração na posição dos negros na estratificação social, ou seja, se discutindo uma crescente classe média negra. 

A comunidade negra e os movimentos negros organizados nos anos 1980 tiveram na figura do líder Zumbi dos Palmares a formulação de uma mística revolucionária que proporcionou um grande movimento de massa, em que homens e mulheres negras e mestiços iniciam uma trajetória do que se denominou afirmação da auto-estima e de sua afro-descendência. Mesmo assim, temos que reconhecer as habilidades da ideologia neoliberal em manipular esse discurso revolucionário (Marcos Silva, 1976). 

Este retorno às origens por homens e mulheres negras passa por caminhos cada vez mais carregados de significados simbólicos, míticos, marcados pela tradição oral e dos ancestrais. São territórios para alguns totalmente novos. Para outros, no entanto, é um retomar caminhadas já percorridas, revelando-se desatentos a valores que ali estavam registrados da história do povo negro.  
 
Esta identidade negra aparece nos grupos de Afoxés que estavam proibidos, até o final dos anos 1970, de saírem às ruas porque as suas cantorias foram rotuladas como subversivas à ordem estabelecida. Estes grupos só tiveram permissão no processo da abertura política. As Congadas e os Catumbis sofreram sempre a proibição de participar das cerimônias litúrgicas oficiais na Igreja Católica por serem considerados mundanos e salientes nas expressões das danças e das letras dos seus hinos. 

A história do movimento negro se faz também por meio da música, evidencia para os blocos afros, representando a força da identidade negra e desempenhando um papel social importante na reeducação nas relações entre negros e não negros e nos processos pedagógicos, políticos e econômicos. Realçando e levantando a moral do povo negro, ajudando a valorizar a cultura étnica negra para que se crie uma auto-estima por si mesmo, travando no peito o ego africano. 

Os blocos afro tentam romper a distância geográfica trazendo a África em versos. É neste ambiente que todos cantam, tocam e dançam a ginga do povo negro, concebendo na musicalidade o batuque preto similar aos sons dos atabaques do  candomblé. 

Ecoando um discurso de justiça e reparação, mergulham na história dos quilombolas, relembram a sua terra e renovam a guerra pela inclusão. Homens e mulheres exibem a estética negra com cabelos blacks e trançados, consolidando o reconhecimento da beleza negra, nesse contexto, o cabelo também virou uma forma de expressão, um fator de afirmação racial.  

Ao mesmo tempo, o rap e o hip-hop se consolidam como autênticas trilhas sonoras da periferia, sendo definitivamente escolhidos pela juventude negra (claro, a maioria da população pobre) como representantes de suas idéias. Nesse momento os rappers enfatizam que o “autoconhecimento” é estratégico no sentido de compreender a trajetória da população negra na América e no Brasil. 

Nos espaços da religiosidade africana, valorizam-se as tradições das religiões dos ancestrais africanos (candomblé - nagô-ketu-gegê), que conservaram na oralidade um valioso arquivo da memória daqueles que aqui chegaram e lutaram pela liberdade. 

Os atuais grupos, as comunidades e as organizações não-governamentais negras brasileiras têm encontrado saídas alternativas de atuar diante das demandas que envolvem a luta contra o preconceito, a discriminação e o racismo. Sendo esta a missão exclusiva do movimento negro que vêm contribuindo de forma teórica e prática na construção da afirmação cultural negra, lutando para melhorar a qualidade de vida dos afro-descendentes. 

Neste momento, acontece uma centralização de todas as iniciativas na afirmação das relações de parentesco, filiação e identidade com as culturas africanas, procurando reconhecer sua história, laços culturais e religiosos e os vínculos dos negros brasileiros com os seus descendentes na diáspora africana.


* Retirado da minha monografia: As representações Sociais na Ressignificação da Identidade Ética do povo negro: no caso da revista Raça Brasil. Defendida na semana da Consciência Negra em 23 de novembro de 2006. 

domingo, 14 de abril de 2013

É fantástico

Adoro a abertura do Fantástico parece que estou em outra dimensão. Gosto de vê as estrelas da abertura, a vinheta me remete uma sensação agradável me parece familiar... me lembra a feijoada da minha mãe, ela faz todos os domingos, me lembra está sentada na frente da TV comendo este feijão, me lembra a família e a preguiça do domingo. É fantástico...  
 
 
 
 

quinta-feira, 11 de abril de 2013

As vestes africana (parte 2)

Vestimentas


 

Os povos do continente africano costumam usar trajes, pinturas corporais, tecidos e adornos, conforme as identidades de seus devidos grupos. Geralmente as pinturas são usadas em cerimônias, para enfeitar o corpo ou para exibir o estilo de sua tribo, todas as pinturas tem um significado diferente.

A influencia ocidental chega através de roupas usadas revendidas no mercado africano. Essas "roupas de branco" conhecidas por mitumba, são bastante comuns em algumas partes do continente. Ha muita polemica entorno delas.

A vestimenta das mulheres africanas, baseia-se, em grande parte, em panos ou cangas que enrolam no corpo como vestidos, cangas, capulanas, etc. São belos tecidos cuja padronagem e acabamento é reconhecida mundialmente. Os africanos, mais do que ninguém, falam através de seus panos. “Eu ando mais rápido do que minha rival”, “meu marido é capaz” e “seu pé, meu pé” são algumas das expressões ditas por meio das famosas estampas figurativas impressas nos tecidos feitos naquele continente, principalmente em locais como Gana, Benin, Togo e Costa do Marfim (todos com a mesma matriz lingüística e cultural, a Akan).

As africanas vêem uma roupa Gucci ou Dior, copiam o modelo e dizem para o costureiro: quero um igual a este. Com uma vantagem: elas adaptam a roupa ao próprio gosto. O que importa não é se é Gucci ou Dior, e sim se o tecido é bom, se a roupa é bem-feita. Pois é: na África, o hábito de comprar um tecido e levá-lo para os profissionais que o cortam e costuram ao seu modo ainda é preservado, assim como foi comum em um Brasil não muito distante. “Todos encomendam roupas, dos mais ricos aos mais pobres”, diz a pesquisadora, informando que, entre os últimos, também é bastante comum a compra de roupas de segunda mão.

A prática de mandar fazer vestidos, saias e blusas é tão comum que, nas feiras-livres, vêem-se homens e mulheres com máquinas de costura sentados no chão à espera de clientes que chegam com croqui na mãos.

Texto retirado do blog: http://ingles-ev.blogspot.com.br/2010/05/vestimentas.html
 

terça-feira, 9 de abril de 2013

Imprensa Negra

° Surgimento

O surgimento da imprensa negra se deu em São Paulo. Devido a uma relevante manifestação de identidade étnica, o povo negro começa a querer fazer parte da sociedade brasileira, estas manifestações foram um fator de importância crucial na luta ideológica anti-racista. Conheceremos os nomes dos principais periódicos que marcaram a trajetória do negro brasileiro na luta pela cidadania: Referimo-nos à chamada imprensa negra paulista, cujo primeiro jornal intitula-se O Menelick e começa a circular em 1915. Fenômeno dos mais significativos para se analisar o comportamento e a ideologia desse segmento negro urbano, os jornais editados por negros paulistas sucedem-se até 1963, quando é fechado o Correio d'Ébano. 
Os negros paulistas, sentindo a necessidade de um movimento de identidade étnica, e enfrentando as barreiras de uma imprensa branca (Grande Imprensa) impermeável aos anseios e reivindicações da comunidade, recorreram à solução mais viável, que era fundar uma imprensa alternativa, na qual os seus desejos, as denúncias contra o racismo, bem como a sua vida associativa, cultural e social se refletissem.
O Menelick conseguiu grande prestígio na comunidade negra, difundindo aquilo que os seus redatores achavam mais interessantes para a vida social e cultural dos negros. Após o primeiro, outros se sucederam na seguinte ordem: A Rua e O Xauter, 1916; O Alfinete, 1918; O Bandeirante, 1919; A Liberdade, 1919; A Sentinela, 1920; O Kosmos, 1922; O Getulino, 1923; O Clarim da Alvorada e Elite, 1924; Auriverde, O Patrocínio e O Progresso, 1928; Chibata, 1932; A Evolução e A Voz da Raça, 1933; O Clarim, O Estímulo, A Raça e Tribuna Negra, 1935; A Alvorada, 1936; Senzala, 1946; Mundo Novo, 1950; O Novo Horizonte, 1954; Notícias de Ébano, 1957; O Mutirão, 1958; Hífen e Niger, 1960; Nosso Jornal, 1961; e Correio d'Ébano, 1963.
A obstinação desses grupos negros em manterem um espaço ideológico e informativo independente, bem como a sua consciência étnica, determinou a sua continuidade, embora intermitente. Por outro lado, esses jornais também serviram de veículo organizacional dos negros. As discussões que se tratavam nas suas páginas, a colocação permanente dos problemas específicos da comunidade, as denúncias contra o racismo e a violência através de fatos concretos, tudo isso levou a que os negros de São Paulo fundassem o maior movimento político negro no Brasil: a Frente Negra Brasileira.
Os dois jornais mais importantes foram O Clarim da Alvorada e A Voz da Raça, que segundo Clóvis Moura (1992), tiveram papel saliente e significativo no despertar da consciência étnica do negro paulista.
"Os periódicos municiaram a comunidade de dados e informações preciosos para que o negro se auto-identificasse na sua negritude. O segundo acontecimento importante nesta afirmação racial foi a criação do órgão da Frente Negra Brasileira, movimento que marcou profundamente a consciência do negro, e elevou o nível de tomada de sua identidade étnica", (Moura, 1992).
De acordo com o historiador José Antônio dos Santos (2005) em seu artigo "Imprensa negra: a voz e a vez da raça na história dos trabalhadores brasileiros", muitos daqueles que haviam criado a Frente Negra Brasileira em 16 de setembro de 1931, contrariados com a feição carola e fascista que ela assumia, romperam e fundaram a sociedade político-social denominada Frente Negra Brasileira Socialista.
Ao contrário da Frente original, de caráter católico e assistencialista, a nova Frente, adjetivada de socialista, tinha como objetivo assumir um papel político mais propositivo e de enfrentamento na solução dos conflitos do mundo do trabalho bandeirante. Santos explica que "naquela sociedade, os europeus haviam sistematicamente substituído os trabalhadores descendentes da senzala, o que levava o Povo Negro a firmar posições e criar mecanismos institucionais para defender os seus interesses", (Santos 2005, p.9)
A mobilização política e o reforço da identidade negra, principalmente, a partir da década de1920, se deram por dentro dos pressupostos da nacionalidade, harmonia e igualdade racial, ou seja, a ideologia dominante serviu também como elemento ou suporte estratégico para a defesa dos direitos civis e afirmação étnica. Não foi à toa que a Frente Negra Brasileira teve mais de vinte núcleos locais e filiais espalhadas por todo o país, enquanto a Frente Socialista deixou pouco registro.

* Retirado da minha monografia como projeto de conclusão do curso em jornalismo: As representações Sociais na Ressignificação da Identidade Ética do povo negro: no caso da revista Raça Brasil. Defendida e aprovada na semana da Consciência Negra em 23 de novembro de 2006. 

domingo, 7 de abril de 2013

É hoje é? Faço parte disso?

Dia do Jornalismo – 7 de Abril

 
Ser Jornalista é ser um profissional da Informação. Sua função é coletar informações que sejam de interesse público e divulgá-las para a sociedade. Entre as especialidades da profissão, um jornalista pode ser: arquivista pesquisador, assessor de imprensa, diretor de redação, editor, jornalista, produtor de texto, repórter de televisão ou rádio, revisor, repórter fotográfico, ou uma desempregada que fica escrevendo no seu próprio blog.
 

Parabéns aos poetas do cotidiano, arquitetos da ortografia, artistas gramaticais que nós fazem pensar, idealizar, julgar, desacreditar, condenar, sensibilizar, ajudar e o mais importante nos deixam antenados no que acontece no mundo e a nossa volta...Viva ao jornalismo, viva aos jornalistas por formação, é claro, para ser a favor do diploma na mão e fortalecer a campanha em defesa do canudo.
 
E vamos a pergunta que faço ao destino todos os anos: ao caos, ao cosmo, ao universo, a Deus, ao Diabo, a Oxalá e a Exú...O 7 ainda continua sendo o meu número da sorte? Responde Exú!!!! E despacha alguma coisa pra mim...Porque os  caminhos estão estreitos...Saldo Exú o nosso patrono o  senhor da comunicação e do movimento junto com meu pai Ogum conceda-me uma benção. Laroiê!!!